Um telefonema que salvou vidas em Campo Redondo e Santa Cruz – Maria de Fátima Silva
Há 31 anos atrás a Cidade de Campo Redondo vivenciaria uma data histórica e inesquicível e que marcaria para sempre a história desta comunidade. A ponte arrastada pelas águas do dia 1º de abril de 1981 é o marco histórico deste importante acontecimento.
Parecia um dia normal no dia 1º de abril de 1981, conhecido por todos os brasileiros “Dia da Mentira” realmente parecia mentira, mas a previsão do tempo não previa uma chuva tão torrencial que veio para região trairi e que culminou na tarde e noite o arrombamento da parede do Açude Mãe D’água de Campo Redondo.
Uma simples ligação feita pela telefonista Maria de Fátima, informou que o Açude Mãe D’água, de Campo Redondo, estava próximo ao rompimento e alertou o prefeito Hildebrando Teixeira, em Santa Cruz, e fez com que milhares de vidas fossem salvas.
As cenas da tragédia do dia 1º de abril de 1981, que desabrigou cinco mil pessoas e deixou o Estado do RN sem luz e água por cinco dias, ainda permanece na memória dos moradores do município de Campo Redondo e Santa Cruz.
Foram momentos de agonia que marcou as vidas dos cidadãos e fez heroína uma telefonista: Maria de Fátima da Silva, que fez contatos com o prefeito da época, Hildebrando Teixeira, para esvaziar a cidade antes do rompimento da barragem de Campo Redondo, distante 25 km de Santa Cruz, salvando milhares de pessoas.
Monumento histórico que representa a Construção do Conjunto Lauro Maia após a enchente de 1º de abril de 1981 para as famílias atingidas e desabrigadas pelo fato do arrombamento do Açude Mãe D’água.
O então governador Lavoisier Maia decretou estado de calamidade pública em toda a região do Trairi e levou fotos da tragédia ao presidente da República, João Figueiredo. O ministro do Interior na época, Mário Andreazza confidenciou ao prefeito de Santa Cruz só ter visto cena igual em guerra.
Com a solidariedade de todos, um grande mutirão envolveu as instituições públicas e privadas, ONGs, voluntários, igreja e as próprias vítimas. As três esferas do poder executivo esqueceram diferenças partidárias e também se uniram para reconstruir as cidades atingidas. As doações chegavam de todas as regiões do Brasil.
Na época eu era uma criança de 9 anos e morava na Avenida Senador João Câmara, vizinho a casa do Bar do Pedoca e pude visualizar o terror das famílias com suas casas inundadas pela chuva torrencial que caia sobre as margens do açude. Posso dizer que foi uma noite de um pesadelo real que jamais será apagado de minha mente.
Fonte: Portal de Campo Redondo