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sexta-feira, 1 de abril de 2022

CONHEÇA AS CRÔNICAS VENCEDORAS DO I CONCURSO LITERÁRIO DE CRÔNICAS "PROFª PAULA BATISTA DA SILVA" DIVULGADOS NO ÚLTIMO DIA 28 DE MARÇO DE 2022

Tema: Campo Redondo 59 anos – faço parte dessa história
Título: Campo Redondo, de tragédias naturais a tragédias sociais.

Era o dia 1° de abril de 1981, na pequena cidade de Campo Redondo, no interior do Rio Grande do Norte. Um telefonema neste dia chuvoso, parecia mais uma piada do dia 1° de abril. Uma senhora telefonista chamada Maria de Fátima, talvez naquele momento não chegasse a conclusão em sua mente, que um telefonema poderia chegar a salvar centenas de vidas. Naquele mesmo dia por volta das 17:30, foi dado um telefonema para o prefeito da cidade se Santa Cruz, relatando o rompimento da parede principal do açude Mãe d'água. Após o rompimento da parede, as águas tomaram um proporção catastrófica no Rio Trairi, indo em direção a cidade de Santa Cruz. Antes de chegar a cidade mencionada acima, a força da água não passou despercebida pela cidade Campo Redondo, que ao saber daquilo, ficaram desesperados ao saber que muitas de suas casas iriam ser destroçadas e que seus filhos não teriam onde dormir naquele e em muitas noites futuras.

A uma pequena história local que ouço desde que era menino, que relata que um casal de idosos foi encontrado juntos um perto do outro, quando a enchente diminuiu e começaram as buscas. Não posso afirmar que essa história é verdadeira, podendo ser um conto local que passou de geração para geração. Na cidade de Santa Cruz, o telefonema de Maria de Fátima chegou até eles, que se tratando do dia 1° de abril, não acreditaram, devido a insistência da telefonista da cidade de Campo Redondo, as autoridades alertaram as pessoas que por sua vez, resolveram proteger o seu bem mais valioso, a família. Uma atitude rápida como uma ligação, salvou a vida de centenas de pessoas.

Passando tempos de reconstrução, desenvolvimento e cuidados para reparar os danos daquela tragédia natural, os moradores de Campo Redondo tiveram que se estabilizar durante muito tempo com uma qualidade de vida precária, onde com o passar dos tempos, seria diminuída a lacuna aquela enchente deixaria. Anos foram passando e a nova tragédia não era natural, e sim, social. Corrupção, intolerância religiosa, homofobia... são muitas das coisas que acompanharam a cidade de Campo Redondo para os dias atuais. É difícil crescer vendo pessoas que eu gosto eu respeito muito, sendo colocadas como aberrações por não seguirem a religião predominante daquela cidade (catolicismo, protestantismo), uma orientação sexual considerada a correta (hétero), e ainda sofrerem com a corrupção de políticos horríveis, que tiraram muito de pessoas que tinham pouco.

No mundo existem milhares de religiões, e as pessoas deveriam saber que pelo motivo que elas seguem determinada religião, outras pessoas também tem motivo para seguir outras ou nenhuma religião, transferindo aquilo que elas acreditam, mostrando sua ética e moral como ser humano. Ninguém é obrigado seguir algo, por você a acreditar que isso é o correto, se você acha aquilo o melhor para sua vida, continue, a vida é muita curta para não viver da forma que te deixa bem. Agora, a partir do momento que você estabiliza em sua mente, que a pessoa que não segue o que você segue, deveria ser tratada com indiferença, seus conceitos estão totalmente deturpados por uma classe de pessoas que usam a religião para controlar a sociedade. Viva sabendo que as pessoas são diferentes. Aceite, respeite e cresça como ser humano.

A homofobia é pregada por pessoas que acham que tem mais direitos que outras, por ser uma pessoa que tem uma orientação sexual considerada como o padrão que a sociedade se dispõe a seguir. Crescer vendo pessoas boas sendo mutiladas pela sociedade, por nada, te deixa uma pessoa mais fria e dura, ao saber a realidade que o mundo te julga não por você ser ruim ou bom, mas sim, pela tabela das coisas que eles colocam como certo ou errado. Campo Redondo, é cheio de hipocrisia e dissimulação, e ao passar dos dias, meses e anos, a sua história se submete também a declinação de respeito ao próximo, colocando correntes nas pessoas de sua cidade.

Esquemas de corrupção deturparam a história de Campo Redondo, afetando pessoas que passaram parte de suas vidas, trabalhando para levar golpes de todos os lados. Dor, brigas, preconceitos, dentre muitas outras coisas ruins, consolidam a história de Campo Redondo. Eu poderia chegar e falar das coisas boas, mas o mundo é difícil justamente pelas pessoas esconderem os problemas e achar que vivem em um conto de fadas, mas não é assim que as coisas são.


Autor Patrick Kauê Pereira Dantas(Bruce)

CONHEÇA AS CRÔNICAS VENCEDORAS DO I CONCURSO LITERÁRIO DE CRÔNICAS "PROFª PAULA BATISTA DA SILVA" DIVULGADOS NO ÚLTIMO DIA 28 DE MARÇO DE 2022

Tema: Campo Redondo 59 anos – Eu faço parte dessa história.
Título: Enchente de 1981

É de conhecimento de todo “bom brasileiro” que no dia 01 de abril, comemoramos o Dia da mentira, dia esse em que pregamos peças uns nos outros. Porém, nesse mesmo dia do ano de 1981, essa data ficou marcada nas memórias dos camporredondenses que foram surpreendidos por uma forte chuva, à qual trouxe um finalzinho de tarde como nunca visto na cidade e região. Após a passagem do temporal, o maior açude do município recebe um grande volume de água, provocando assim, o rompimento da parede e levando “um mar” até as casas que se localizavam no leito do rio.

O caos estava instaurado na cidade. Árvores caídas, pessoas desalojadas, sem energia e com medo. Nem a ponte suportou a força das águas, a mesma foi arrastada e atualmente se encontra no mesmo lugar, como símbolo e marco daquele dia atípico na terrinha que é circundada por serras. A chuva foi imensa, seguiu para a cidade vizinha que também passou pelo mesmo tormento da enchente. O estado do Rio Grande do Norte ficou sem água e luz por vários dias, as ruas completamente alagadas, destruídas... As famílias procuraram refúgio no alto da Igreja católica e amanheceram o dia por lá. Centenas de pessoas ficaram desabrigadas, com suas casas invadidas pelas águas.

A tragédia poderia ter sido bem pior, mas, pela ação de uma telefonista chamada Maria de Fátima, que alertou ao prefeito da época, que no início se recusou à acreditar, pois, pensou que se tratava de uma brincadeira referente a data. Por fim, acabou acreditando e tomou as devidas providências. Ele alertou à população de Santa Cruz, que residia especialmente no bairro Paraíso, que elas saíssem de suas casas, para livrarem as próprias vidas. Deixando tudo para trás, assim, muitos fizeram e o pior foi evitado.

Maria de Fátima hoje é reconhecida em toda região pela atitude de coragem, agilidade e muita sabedoria, o qual salvou vidas num momento crucial. Ganhou várias homenagens pelo grande feito, inclusive, o título de cidadã Santacruzense. É tida como uma heroína em nossa cidade. Atualmente as memórias não devem ser tão claras para ela, devido à um AVC que sofreu, mas todos que passaram por esse terror, jamais irão esquecer a triste sensação. Fátima sempre será lembrada da melhor forma possível, e a nossa região continuará sendo grata pelo seu ato grandioso.

Autora: Taynara Naiely da Silva Brilhante(Cachinhos)

CONHEÇA AS CRÔNICAS VENCEDORAS DO I CONCURSO LITERÁRIO DE CRÔNICAS "PROFª PAULA BATISTA DA SILVA" DIVULGADOS NO ÚLTIMO DIA 28 DE MARÇO DE 2022

Tema: Campo Redondo 59 anos – eu faço parte dessa história
Titulo: A lembrança

Na noite de ontem assistindo o jornal vi uma reportagem de um desastre natural, o que me fez lembrar de um grande acontecimento na cidade em que minha mãe mora. História marcante que me foi contada quando criança. Aconteceu que havia muitas chuvas na cidade, que preocupavam e deixavam todos impressionados pela quantidade de águas que o açude estava recebendo. O açude da cidade acabou rompendo ao não suportar a força da água, levando consigo tudo o que encontrava pela frente.

A notícia se espalhou e preocupou a todos naquela época, os cidadãos tiveram que sair às pressas por medo do que podia acontecer, se afastaram para outro lado da cidade e todos os moradores de mobilizaram. Um agricultor foi o pilar dessa história que mandou o seu filho ir deixar um recado para a sua amiga Fátima Silva que trabalhava na telefonia, ela não acreditou pensou ser brincadeira do menino, o menino voltou com seu pai para reforçar o aviso. Após isso ela passou a batalhar e prestar seu serviço por essa causa avisando ao secretário da cidade vizinha que a inundação chegaria por lá. Feita a primeira ligação o secretário não acreditou por ser 1° de abril, tendo em vista que esse dia é conhecido como “Dia da Mentira”.

Fátima Silva não desistiu de sua missão de querer salvar milhares de vidas. Então ela resolveu ligar para o padre Celestino que confirmou a informação aos moradores que puderam escapar do caminho das águas que viria atingir o açude da cidade. Fazendo com que ele rompesse também. Ela entrou em contato com o padre que no que lhe concerne estava na rua recolhendo pedidos de sua igreja, ao receber a notícia Padre Celestino anotou no papel o comunicado de Fátima e saiu chamando sua comunidade para irem avisar no carro de som.

O padre nas presas apenas levou o papel dos pedidos dos moradores, e consigo ele, todo confiante de microfone na mão começou a dizer: Alzira de Jesus pede pela cachorra que ta para morrer, Luzia pede que seu marido deixe de botar chifre nela. Todo mundo ficou confuso com o comunicado. O padre se deu conta do que estava lendo que era errado e começou a procurar o papel da notícia que ele anotou, que não estava com ele. Assim ele, sem nenhum roteiro apenas com suas palavras disse a população que a telefonista ligou disse que a chuva estava muito forte, que o açude poderia ir embora, era para todos eles se afastassem da cidade. Com esse aviso a possibilidade de ser uma mentira do dia 1° de abril foi descartada.

Na cidade da minha mãe local de onde partiu isso tudo, vários moradores deixaram suas casas, árvores foram derrubadas, tudo parou de funcionar e a cidade ficou completamente devastada em estado de calamidade. O governador entrou em ação sobre o acontecimento e assim as instituições, partidos, voluntários e habitantes foram reconstituindo tudo. E essa lembrança que tenho que parece tão viva levarei comigo para sempre.



Autor: Julio Cesar Ferreira Rodrigues(Juniel)

terça-feira, 29 de março de 2022

VENCEDORES DO I CONCURSO LITERÁRIO DE CRÔNICAS "PROFª PAULA BATISTA DA SILVA" EM HOENAGEM AOS 59 ANOS DE EMANCIPAÇÃO POLÍTICA DE CAMPO REDONDO/RN

Foto: Alunos do I Concurso Literário de Crônicas
A Escola Estadual Maria Arioene de Souza - Ensino Médio realizou neste mês de março de 2022, o I Concurso Literário de Crônicas "Professora Paula Batista da Silva" sob a coordenação do professor Regente da Biblioteca Maria Salete Gomes Moreno. O concurso tinha como principal objetivo incentivar os alunos da EEMAS a prática da leitura e a produção de textos literários.

Agradecemos a Direção Reginaldo Moura e Diego Brilhante pelo apoio a iniciativa do Concurso. Obrigado também a Simone Soares pela parceria de sempre. Nosso muito obrigado aos professores Crisólito Marques, Marcos Lima, Ivanuzia Ferreira e Marcia Rejane pela disponibilidade em nos ajudar na correção dos textos. E Agradecemos especialmente aos nossos 10 alunos que se empenharam em produzir suas Crônicas com base em suas leituras. Esse era o objetivo do Concurso, incentivar a Leitura e a Escrita.

Enfim, obrigado a todos que direta e indiretamente nos ajudaram nesta simples iniciativa de comemorar os 59 snos de Emancipação Política de Campo Redondo.

Participantes do Concurso que fizeram a Crônica 

CaillonKardalleyll da Silva Costa( Sabiá do Pantanal) – Serra Verde

Lucas Emanuel da Paz Ribeiro(Player01) – Rua José Alberany de Souza,04

Hanna Cecília de Medeiros Lima(Wendwolf) – Rua João Pacheco da Silva

Júlio César Ferreira Rodriguês(Juniel) – Rua Francisco Justino da Silva

Taynara Naiely da Silva Brilhante(Cachinhos) – Rua das Aroeiras, Lauro Maia

Josue Noel de Pontes(Pantera Negra) – Rua Dr. Pedro Medeiros, 254

Mabelly Dantas de Oliveira(Bééll) – Rua Dr José Borges de Oliveira

Patrik Kauê Pereira Dantas(Bruce) - Rua Sebastião Gundin de Macedo. 192.

Maria Adriana Gomes dos Santos(A semeadora) – Sitio Baixa do Arroz

Jonatha Olegario da Silva(o desenhista) – Rua Doutor José Borges de Oliveira

Vale 50 reais.jpg1º lugar - Crônica “Campo Redondo de tragédias naturais e tragédias sociais”

Patrik Kauê Pereira Dantas(Bruce)

Rua Sebastião Gondin de Macedo, 192 Centro


Vale 100 reais.jpg2º lugar - Crônica “Enchente de 1981”

Taynara Naiely da Silva Brilhante(Cachinhos) –

Rua das Aroeiras, - Conjunto Lauro Maia


3º lugar - Crônica “
A lembrança

Júlio César Ferreira Rodriguês(Juniel)

Rua Francisco Justino da Silva

Centro – Campo Redondo/RN